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Fim de férias
28/01/2016 16:42 em Canção Nova

Psicólogo explica benefícios das férias e do retorno à rotina e orienta pais sobre como lidar com o retorno dos filhos à escola

Jéssica Marçal

Da Redação

O que é o que é: a mais esperada do ano, traz muita alegria quando chega e muita ‘tristeza’ quando vai embora. Se você respondeu “férias” acertou em cheio. Todo fim de janeiro significa, pelo menos para crianças e jovens que estavam curtindo o descanso escolar, a volta àquela “monótona” rotina.

Juliana Aparecida de Souza Martins Ângelo é casada, mãe de dois filhos, Isadora, de oito anos, e Ítalo, de quatro, e trabalha como auxiliar administrativo. Ela e o marido trabalham em horários diferenciados e se revezam nos cuidados com as crianças. Em período letivo, elas têm uma rotina cronometrada: acordar às 9h; almoçar às 11h30; ir para a escola às 12h45, onde ficam até o fim da tarde; chegar em casa e fazer as tarefas, e só então estão “liberados”, como conta a mãe.

“Como vê, é uma rotina bem apertada e extremamente cronometrada, se não tiver rotina, ‘tudo vai por água abaixo’. Meu marido só chega do trabalho às 22:30 mais ou menos”, informa Juliana. Mas nas férias, a rotina dessa família é completamente outra.

Enfim, férias!

Nesse ano, Juliana conta que a família conseguiu sair de férias junto, então deu para aproveitar as festas de fim de ano e ir à praia. “Sem o peso da escola e dos afazeres as crianças ficam livre pra brincar mais. Eu também deixo que meus filhos chamem os amigos. A mais velha chegou a dormir algumas vezes na casa da avó e da melhor amiga. E eu passei o mês de dezembro e janeiro inteiro com a casa cheia de crianças quase todos os dias! É um período de descanso e alegria, que serve pra ‘recarregar as baterias’”.

 

E esse período de descanso é importante mesmo. Segundo o psicólogo Élison Santos a quebra de rotina também é uma forma de aprendizado, à medida em que esse período descansa a mente para que ela possa aprender outras coisas de outras formas, de um modo mais prazeroso. “Férias não significa que a criança não está aprendendo, ela está aprendendo coisas diferentes: o convívio com os colegas fora da escola, atividades com os pais em casa”.

Acabaram as férias, e agora?

Acostumados a aprenderem coisas diferentes de modo prazeroso durante as férias, os pequenos podem ter algumas dificuldades no retorno ao período letivo. Mas a volta à rotina, segundo Élison, é tão importante quanto as férias, pois é um retorno da criança a uma estrutura de vida que lhe traz segurança. Quanto maior for a diferença entre o estilo de vida na rotina diária e aquele das férias, maior vai ser a dificuldade da criança.

Na casa da Juliana, a grande dificuldade é fazer as crianças se acostumarem de novo à rotina corrida. “É difícil pra eles entenderem que agora não é mais férias, não dá mais pra brincar o dia todo nem chamar os amigos em casa (pelo menos não de segunda a sexta)”.

Élison diz que é importante os pais motivarem o sentido positivo da volta às aulas. “Você vai acordar cedo, mas vai encontrar seus coleguinhas” é algo a ser dito para as crianças, por exemplo. Com relação à retomada dos horários normais gradativamente, dias antes do retorno às aulas (dormir mais cedo, comer nas horas certas), o psicólogo diz que isso é recomendado, mas não é o mais importante, o essencial é mesmo a paciência.

“Nas primeiras semanas de aula, os pais têm que ter muita paciência. Os filhos vão estar mais devagar, vai ser mais difícil pra eles, mas assim como eles entraram no ritmo das férias, vão entrar no ritmo das a

Fim de férias: psicólogo orienta pais no processo de volta às aulas

ulas de forma natural”.

Crianças pequenas: desapegando dos pais

Com a filha mais velha, Isadora, Juliana não tem problemas, já que a menina gosta de ir pra escola e, aos oito anos, sabe da importância do estudo. Já com o mais novo, a mãe tem que enfrentar o “desapego”, já que Ítalo sente falta quando ela volta para o trabalho e ele para a escola.

Nesses casos, Élison orienta que os pais devem mostrar para a criança que, na vida, existem períodos, de trabalhar e de descansar, de estudar e de tirar férias; a criança é capaz de assimilar isso. O problema, algumas vezes, está nos próprios pais, opina Élison, que se sentem culpados por terem que voltar a trabalhar e deixar seus filhos.

“Essa culpa, na verdade, faz com que a criança se sinta mal. Precisa trabalhar primeiro essa visão que os pais têm da volta às aulas, do ‘acabar as férias’. Isso não é algo ruim, é algo bom. A criança está crescendo, está desenvolvendo e a vida é assim. Então, coragem, ânimo! Não vai levar a criança para a escola com peso de consciência, com sofrimento, leva com alegria, com motivação. Esse espírito precisa vir dos pais”, conclui o psicólogo. 

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